«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 14 de fevereiro de 2009

WILLIAM FAULKNER - O SEU ESTILO LITERÁRIO


William Cuthbert Faulkner é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura de 1949. Posteriormente, ganhou 2 National Book Awards e foi vencedor de dois prémios Pulitzer.
A acção da maioria dos livros de Faulkner decorre no fictício Condado de Yoknapatawpha. Nas poucas vezes em que escolheu um cenário diferente, Faulkner produziu obras menores.
Estilisticamente, a literatura de Faulkner caracteriza-se por uma escrita complexa, com longos parágrafos de pontuação irregular, esparsa, senão inexistente, intercalados não raras vezes por parênteses e travessões que acolhem outros longos períodos. Essa maneira de escrever, típica do chamado "fluxo de consciência", inaugurada por Proust e refinada por Joyce, Wolff e outros escritores identificados com o Modernismo, exige do leitor profunda cumplicidade e aguda capacidade de concentração.
Inspirado pela Comédia Humana de Balzac, Faulkner utilizou a técnica do retorno de personagens, que aparecem em épocas diferentes das suas vidas. A obra de Faulkner pode ser dividida em três períodos :
O primeiro, de aprendizagem, com a influência da literatura do final do século XIX, principalmente dos poetas, Tennyson e Swinburne e do período literário inglês da década de 1890, com uma linguagem elegante e estilizada.
O segundo, e mais importante, é iniciado com, O Som e a Fúria e vai até, Palmeiras Selvagens. É o período em que o autor encontra o seu caminho, com obras violentas, austeras, plenas de horror, mas onde não falta, por vezes, uma comicidade exacerbada. É aqui que Faulkner desenvolve seu estilo avassalador, com frases longas e muitas vezes obscuras, que se espalham pela página inteira e que obrigam o leitor a guardar detalhes ínfimos, que só terão explicação em um desenlace eventualmente frustrante, porém inexorável. Esta é a fase das experimentações, com histórias diferentes correndo em paralelo, um mesmo fato é contado por várias personagens alternadamente, contos encadeados até formar um romance, o mundo sendo mostrado pelos olhos de um idiota, o desnudamento do turbilhão desconexo a atormentar o suicida às vésperas do gesto fatal.
No terceiro período, iniciado com A Aldeia, vai até Os Desgarrados, Faulkner vislumbra alguma esperança para a condição humana, esperança esta que já transparecia na última história de Os Invencidos.Faulkner também demonstra uma certa desilusão com os negros, que ele esperava fossem menos passivos, ante a condição sub-humana a que estavam relegados, principalmente nos estados do Sul. Por outro lado, a escrita do autor torna-se cada vez mais rebuscada, como se Faulkner se tornasse prisioneiro de seu próprio estilo. Outra característica é a abertura para o humor e a narrativa de cunho policial e sociológico.
Faulkner escreveu: Romances, Contos, Poesia, Literatura infantil e roteiros para o cinema, sendo também alguns dos seus livros adaptados ao cinema. Dos seus muitos romances, apenas tentei ler, The Sound and the Fury (O Som e a Fúria), sem nunca o ter conseguido.

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