Decameron (subtítulo: Príncipe Galeotto) é uma colecção de cem novelas escritas por Giovanni Boccaccio, entre 1348 e 1353.
A obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registo dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo, onde o divino não interessava, mas sim a natureza e obviamente o homem. Foi escrito em dialecto toscano. Decameron marca com nitidez o período de transição vivido na Europa, o fim da Idade Média, após o advento da Peste Negra, aliás é neste período de terror que a narrativa se passa.
Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das cidades tomadas pela pandemia, que dizimava impiedosamente o continente europeu e recolhem-se num palácio abandonado, que tinha uma boa adega. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha entre as mulheres, estabeleceram que escolheriam um chefe para cada dia, que orientaria as histórias, que contariam uns aos outros. O A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da Peste Negra que dizimara a Europa, constitui um verdadeiro documento acerca desta praga. O seu relato ilustra a doença (suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reacção das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, a ineficácia da religião católica dominante e de uma medicina quase ou totalmente ineficaz...
Um exemplo da sua descrição da peste dá-se logo no início da obra, pois ela (a peste) é a verdadeira razão de todo o livro:
A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... (e daí) passava a a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."
O autor revela também dois tipos principais de conduta: o de luxúria desenfreada (as pessoas passavam a beber e entregar-se aos prazeres) e o do ascetismo, as pessoas recolhiam-se orando, em grupos fechadas nas igrejas, Mas havia outros que agiam entre estes dois tipos, adoptando condutas intermediárias.
A forma inovadora e realista na qual os contos foram escritos por Boccaccio, fez com que o Decameron se tornasse uma fonte de referência para muitos escritores. Também Boccaccio foi influenciado por: escritores antigos e por histórias de personagens conhecidas, assim como pela tradição oral.
Os contos do Decameron, ultrapassam os seus antecedentes, em complexidade, qualidade e capacidade narrativa. Embora muito poucos deles sejam longas narrativas, têm como características diálogos verossímeis, que prendem a atenção do leitor, de forma que as suas acções e conclusões sejam perfeitamente lógicas no seu contexto. Boccaccio também tornava as histórias, que eram já conhecidas mais complexas e inteligentes.
Cem novelas integram a obra, falando sobretudo das idiossincrasias humanas. Nelas Boccaccio, exibe de forma crua a natureza humana, como nunca antes a literatura havia exposto.
A obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registo dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo, onde o divino não interessava, mas sim a natureza e obviamente o homem. Foi escrito em dialecto toscano. Decameron marca com nitidez o período de transição vivido na Europa, o fim da Idade Média, após o advento da Peste Negra, aliás é neste período de terror que a narrativa se passa.
Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das cidades tomadas pela pandemia, que dizimava impiedosamente o continente europeu e recolhem-se num palácio abandonado, que tinha uma boa adega. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha entre as mulheres, estabeleceram que escolheriam um chefe para cada dia, que orientaria as histórias, que contariam uns aos outros. O A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da Peste Negra que dizimara a Europa, constitui um verdadeiro documento acerca desta praga. O seu relato ilustra a doença (suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reacção das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, a ineficácia da religião católica dominante e de uma medicina quase ou totalmente ineficaz...
Um exemplo da sua descrição da peste dá-se logo no início da obra, pois ela (a peste) é a verdadeira razão de todo o livro:
A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... (e daí) passava a a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."
O autor revela também dois tipos principais de conduta: o de luxúria desenfreada (as pessoas passavam a beber e entregar-se aos prazeres) e o do ascetismo, as pessoas recolhiam-se orando, em grupos fechadas nas igrejas, Mas havia outros que agiam entre estes dois tipos, adoptando condutas intermediárias.
A forma inovadora e realista na qual os contos foram escritos por Boccaccio, fez com que o Decameron se tornasse uma fonte de referência para muitos escritores. Também Boccaccio foi influenciado por: escritores antigos e por histórias de personagens conhecidas, assim como pela tradição oral.
Os contos do Decameron, ultrapassam os seus antecedentes, em complexidade, qualidade e capacidade narrativa. Embora muito poucos deles sejam longas narrativas, têm como características diálogos verossímeis, que prendem a atenção do leitor, de forma que as suas acções e conclusões sejam perfeitamente lógicas no seu contexto. Boccaccio também tornava as histórias, que eram já conhecidas mais complexas e inteligentes.
Cem novelas integram a obra, falando sobretudo das idiossincrasias humanas. Nelas Boccaccio, exibe de forma crua a natureza humana, como nunca antes a literatura havia exposto.
UM LIVRO QUE PRECISO DE RELER.
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