«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 15 de fevereiro de 2009

AS MIL E UMA NOITES

As Mil e Uma Noites, é uma obra clássica da literatura Persa, que consiste numa colecção de contos orientais compilados provavelmente entre os séculos XIII e XVI. São estruturados como histórias em cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte. Essa estruturação força o ouvinte curioso a retornar para continuar a história, interrompida com suspense no ar. O uso do número 1001 sugere que podem aparecer mais histórias, ligadas por um fio condutor infinito. Usar 1000 talvez desse a ideia de fecho o que não caracteriza a proposta da obra, além de ser um número de mau agoiro, para os árabes.
Foi o orientalista francês Antoine Galland, que tornou o livro conhecido no ocidente (1704). Os árabes foram reunindo e adaptando esses contos maravilhosos, de várias tradições. Assim, os contos mais antigos são provavelmente do Egipto do século XII. A eles foram sendo agregados contos persas, hindus, siríos e judaicos.
As versões mais populares hoje em dia, são as que se baseiam em traduções de Sir Richard Francis Burton (1850) e Andrew Lang (1898), geralmente adaptadas para eliminar as várias cenas de sexo do original.


Schahriar, rei da Persa, vitimado pela infidelidade da sua mulher, mandou matá-la e resolveu passar cada noite com uma esposa diferente, que mandava degolar na manhã seguinte. A história conta que durante três anos, as mulheres eram sacrificadas pelo rei, até que já não havia mais virgens no reino, e o vizir não sabia mais o que fazer, para atender o desejo do rei. Foi quando uma das suas filhas, Sherazade, lhe pediu que a levasse como noiva ao rei, pois sabia um estratagema para escapar à morte. A princesa, após ser possuída pelo rei, começou a contar a extraordinária "História do Mercador e do Efreet", mas antes que a manhã rompesse, ela parava o seu relato, deixando um clima de suspense, só dando continuidade à narrativa na manhã seguinte. Assim, Sherazade conseguiu sobreviver, graças à sua palavra sábia e à curiosidade do rei. Com essa estratégia teve três filhos e na milésima primeira noite, pediu ao rei que a poupasse, por amor às crianças. O rei finalmente respondeu que lhe perdoaria, sobretudo pela dignidade de Sherazade.
Ficou então a metáfora traduzida por Sherazade:
a liberdade conquista-se, com o exercício da criatividade.
A história de Aladim e a lâmpada maravilhosa, foi incluída mais tarde por ser muito apreciada e está entre as histórias mais famosas, que Sherazade conta. Merecem destaque também, as de Simbad (o marinheiro que fica rico em sete viagens fantásticas) e de Ali Babá (que consegue fortuna enganando os famosos quarenta ladrões).
Alguns estudiosos indicam que o livro na verdade é um manual de iniciação ao budismo, mostrando as diversas fases de aprendizado e as delícias que todos podem desfrutar, com as várias outras histórias.

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