«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 22 de fevereiro de 2009

WILLIAM SOMERSET MAUGHAM (1874-1965)


Somerset Maugham, nasceu na embaixada britânica em Paris, onde o seu pai trabalhava como advogado. Oriundo de uma família, que se encontrava bem na vida, teve no entanto a infelicidade de perder a sua mãe, vítima de tuberculose, quando tinha seis anos e dois anos depois, o pai, vítima de cancro.
William foi para Inglaterra, viver com um tio, que era clérigo e que lhe deu uma educação muito austera. Depois foi estudar para a Alemanha Filosofia, Literatura e Alemão. Aí conheceu, John Ellingham Brooks, um inglês dez anos mais velho, com quem teve uma ligação sexual. Regressou a Inglaterra e apesar de querer dedicar-se à escrita, o tio mandou-o estudar medicina. Foi contrariado, mas como depois disse, foi uma importante experiência de vida, ao contactar com pessoas de outra condição e com os dramas das suas vidas.
Apresentou o seu primeiro livro, uma biografia de Giacomo Meyerbeer, escrita aos dezasseis anos, mas o grande êxito veio com , Liza of Lambeth (O Pecado de Liza), uma narração sobre um adultério na classe operária e suas consequências. Maugham abandonou a medicina e continuou a escrever, a vida de escritor permitia-lhe viajar e viver em lugares diferentes. As suas dez obras posteriores, não tiveram o sucesso de Liza, mas a peça de teatro, Lady Frederick foi um sucesso. Maugham passou a ser um homem famoso, com dez obras de teatro representadas e dez novelas publicadas.
Durante a Primeira Guerra, serviu em França, como membro da Cruz Vermelha Britânica, como condutor de ambulância, onde estavam outros escritores como: Hemingway, John dos Passos e E. E. Cummings. Nesse período, conheceu Frederick Gerald Haxton, um jovem norte-americano, que passou a ser o seu companheiro. Durante a guerra, Maugham continuou a escrever, corrigiu as provas de, Of Human Bondage (Servidão Humana), que foi qualificada pelos críticos, como um dos romances mais importantes do século XX. O livro parece ser autobiográfico, apesar do escritor negar, mas a estreita relação entre realidade e literatura, foi uma das características da sua obra.
Maugham era bissexual. Da sua relação com Syrie, casada com Henry Wellcomo, teve uma filha chamada, Mary Elizabeth, "Liza". Syrie divorciou-se e casaram, mas acabaram por se divorciar, depois de um casamento tempestuoso, agravado pelas frequentes viagens de Maugham e pela sua relação com Haxton.Quando deixou o serviço das ambulâncias, Maugham foi trabalhar para os serviços secretos britânicos, esteve em vários países, sempre acompanhado por Haxton. Todas as suas experiências, serviram de matéria para a sua escrita.Em 1928, Maugham adquiriu uma propriedade na Riviera Francesa, que seria a sua casa para o resto da vida e um dos melhores salões sociais e literários.
A sua produção continuou a ser prodigiosa, escreveu teatro, novelas, ensaios e livros de viagens. Quando a França foi ocupada pelos alemães, foi para os Estados Unidos, onde adaptou alguns dos seus livros para o cinema e foi conferencista, a pedido do governo americano, pela ajuda norte-americana à Grã-Bretanha. Gerald Haxton morreu em 1944 e Maugham voltou para a Inglaterra e depois para a Riviera, intercalando com as muitas viagens que fazia. O vazio deixado pela morte de Haxton, foi preenchido por Alan Searle, jovem do subúrbio londrino.
Os últimos anos de Maugham foram marcados pelo escândalo, consequência de demência e consequente decadência intelectual. O pior desses escândalos, foi o ataque à falecida Syrie e a adopção de Searle como filho, para lhe assegurar a herança, marginalizando a sua filha Liza.
Foi um escritor com grande êxito comercial. O seu pensamento era claro e seu estilo lúcido, expressando afirmações e opiniões, numa excelente prosa. As experiências de vida permitiram-lhe ser um humanista, Maugham assumiu um comportamento literário sem pedantismos. As mulheres nos seus romances, são seres fortes e determinados. Da sua obra, considera-se, Servidão Humana, a sua obra-prima. The Razor's Edge (No Fio da Navalha), foi um caso atípico da sua produção, trata de um homem decepcionada pela guerra, que abandona o seu estilo rico de vida e viaja para a Índia em busca da «iluminação». Da sua extensa obra li: Lisa, a Pecadora (romance), Servidão Humana (romance); Encontros de Acaso (contos) e Encontros do Amanhecer (contos). No cinema vi as adaptações dos seus livros: Servidão Humana, Julia e O Véu Pintado.

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