«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 8 de fevereiro de 2009

DANTE ALIGHIERI (1265-1321)

Dante no Exílio - Pintor desconhecido

Dante Alighieri - escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como, il sommo poeta.
Foi muito mais do que apenas um literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, La Divina Commedia, que se tornou a base da língua italiana moderna e revela o modo medieval de entender o mundo.

Não há registo oficial da data de nascimento de Dante. Dante é uma abreviação de seu real nome, Durante. Nasceu numa importante família florentina, comprometida politicamente com o partido dos Guelfos, que lutava contra os Gibelinos. Os Guelfos dividiam-se ainda em "Guelfos Brancos" e "Guelfos Negros». O pai, Alighiero di Bellincione, foi um "Guelfo Branco'. A mãe de Dante chamava-se Dona Bella degli Abati, morreu quando Dante tinha apenas 5 ou 6 anos de idade. O pai rapidamente se casou (ou se juntou) e teve mais dois filhos, Francesco e Gaetana.
Dante, quando tinha 12 anos, foi-lhe imposto pela família o casamento com Gemma, isto era uma prática comum na época. Pouco se sabe sobre a educação de Dante, presumindo-se que tivesse estudado em casa, de forma autodidacta. Na Idade Média, designada como "Idade das Trevas", noção que hoje em dia é rebatida por muitos historiadores, que demonstram que essa época foi muito mais rica culturalmente do que aquilo que a tradição pretende demonstrar, a Península Itálica, era politicamente dividida num complexo mosaico de pequenos estados independentes.
Aos dezoito anos, com outros amigos, Dante lança o Dolce Stil Nuovo. Nessa altura conheceu, Beatrice Portinari. É difícil interpretar no que consistiu essa paixão, mas foi de importância fulcral, para a cultura italiana, porque é sob o signo desse amor, que Dante deixa a sua marca profunda no Dolce Stil Nuovo e em toda a poesia lírica italiana. O amor por Beatriz, aparece como a justificação da poesia e da própria vida, quase se confundindo com as paixões políticas, igualmente importantes para Dante.
Quando Beatriz morreu, Dante procurou refúgio espiritual na filosofia e no estudo da filosofia em escolas religiosas, ele próprio era membro da Ordem Terceira de São Domingos. Participou nas disputas entre místicos e dialécticos, que se travava, em Florença nos meios académicos.
Dante também participou, na vida militar da época. Foi médico e farmacêutico; não pretendia exercer essas profissões, mas todo o nobre, que pretendesse tomar um cargo público devia pertencer a uma "Corporação de Artes e Ofícios". Ao entrar na guilda dos boticários, podia aceder à vida política e assim fez parte do "Conselho dos Cem" (o Conselho da Comuna de Florença) e dos seis priores, que governavam a cidade.
Dante teve problemas na política e quando o grupo inimigo ganhou, foi condenado a pagar uma elevada multa em dinheiro e ao exílio por dois anos. Estando em Roma, o papa "sugeriu-lhe" que aí se mantivesse, sendo considerado, a partir de então, um proscrito. Não tendo pago a multa, foi condenado ao exílio perpétuo. Se fosse, capturado por soldados de Florença, seria sumariamente queimado vivo. A partir daí andou de terra em terra.
Foi nesta altura, que começou a fazer o esboço do que viria a ser a "Divina Comédia".
Dante ainda esperou, que mais tarde fosse possível ser convidado por Florença, regressando de forma honrado e condigna, mas isso não aconteceu. O exílio era como que uma segunda morte, privando-o de muito do que formava a sua identidade.
Os seus restos mortais estão em Ravena, não em Florença. Foi em Ravena que terminou o "Paraíso" e pouco depois, morreu, talvez de malária.
[Tenho andado a pesquisar sobre Dante e A Divina Comédia, o que escrevo é uma consequência disso.]

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