«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

YASUNARI KAWABATA (1899-1968)


Yasunari Kawabata - escritor japonês. Inicialmente queria ser pintor, mas depois enveredou pela escrita. Foi o primeiro japonês a ser laureado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1968.

Teve uma infância e juventude trágica, ficou órfão com três anos e foi viver com os avós no campo. Perdeu a avó com apenas sete anos, a única irmã com nove anos e o avô com catorze.
Frequentou a Universidade Imperial de Tóquio e fundou revistas e um jornal de letras, para promover um novo movimento literário, de “novas sensações” na literatura, considerando a arte pura como missão primordial do escritor. Publicou, Izu no Odoriko, uma história que explorava o erotismo do amor juvenil, com imagens líricas inspiradas em escrituras budistas e poetas medievais japoneses. Iniciara também a sua carreira como escritor de narrativas breves, mais tarde denominadas, Tanagokoro no shôsetsu ("Contos da Palma da Mão"), hoje considerado um género típico de Kawabata.
Em 1931, já casado, mudou-se para Kamakura, antiga capital dos samurais. O seu primeiro romance foi, Yukiguni, que relata a história de amor, entre um homem diletante da cidade de Tóquio e uma gueixa de uma povoação remota, onde este encontra um refúgio do stress, da sua vida citadina. Este romance colocou Kawabata imediatamente na posição de um dos escritores japoneses mais importantes e promissores, o romance tornou-se num clássico instantâneo e hoje é considerado uma das suas mais importantes obras-primas.
Durante a Segunda Guerra, permaneceu neutro, mas depois do fim da guerra, participou em manifestações políticas, campanhas de candidatos conservadores e condenou a Revolução Cultural chinesa. Iniciou em 1949 a série "Mil Garças", em que constam o célebre Senbazuru
e Yama no Oto.
Outras obras se seguiram. Kawabata foi ainda membro da Academia Imperial e presidente do Pen Club do Japão, participando em várias reuniões internacionais de escritores.
Ao ganhar o Prémio Nobel de Literatura em 1968, no seu discurso condenou o suicídio, lembrando vários amigos escritores que haviam morrido dessa forma. Em 1972, devido a uma depressão suicidou-se.
Inicialmente Kawabata fez experimentações com técnicas surrealistas, porém aos poucos tornou-se impressionista, combinando a estética japonesa com narrativas psicológicas e erotismo. O estilo de escrita de Yasunari Kawabata distingue-se por uma linguagem suave, mais abstracta que descritiva, onde predomina a subjectividade em relação à objectividade, aproximando-se muitas vezes da prosa poética. Por seu tratamento de atmosferas e cores, ficou conhecido como alguém que "pintava as palavras" de branco irradiante, praticamente sem outras cores. A solidão, a angústia da morte e a atracção pela psicologia feminina foram seus temas constantes.
Deste escritor li: CHÁ E AMOR (Um romance com uma prosa muito poética)

1 comentário:

Marco Fukuyama disse...

Conheci as escritas de Kawabata nos anos de 2006 quando eu ainda estava no Japão, e hoje posteriormente escrevo para revistas e ou jornais e sigo o que aprendi nos contos de Kawabata, escrevo no mesmo estilo. Me chamo Marco Fukuyama-Belo Horizonte/MG.
Contato:marco@nofocofotografias.com.br