Camões é considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu génio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare. Das suas obras, a epopeia, Os Lusíadas, é a mais significativa.
Entre os investigadores não há certezas, relativamente ao ano e ao local do nascimento de Camões. São apontadas várias datas e vários locais. O pai de Camões foi Simão Vaz de Camões e a sua mãe Ana de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, aparentado com o navegador Vasco da Gama.
Entre 1542 e 1545, viveu em Lisboa, trocando os estudos, pelo ambiente da corte de D. João III, conquistando fama de poeta.
Viveu algum tempo em Coimbra, onde teria frequentado o curso de Humanidades, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde tinha um tio padre, D. Bento de Camões, mas não há registos da passagem do poeta por Coimbra. Em todo o caso, a cultura refinada dos seus escritos torna a única universidade de Portugal do tempo, como o lugar mais provável de seus estudos.
Esteve em Ceuta, de 1549 a 1551. Era uma aventura comum na carreira militar dos jovens. Num cerco, teve um dos olhos vazados por uma seta pela, fúria rara de Marte. Ainda assim, manteve as suas potencialidades de combate.
De regresso a Lisboa, retomou a vida boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria irmã do Rei D. Manuel I. Sem qualquer fonte documental, teria caído em desgraça, a ponto de ser desterrado para Constância. Em 1552 entrou numa rixa, e feriu um certo Gonçalo Borges. Foi preso, mas é libertado por carta régia em 1553 e embarca para a Índia, na armada de Fernão Álvares Cabral.
Chegou a Goa e fez parte da expedição do vice-rei D. Afonso de Noronha, contra o rei de Chembe. A esta primeira expedição refere-se a elegia "O Poeta Simónides falando". Depois Camões fixou-se em Goa, onde escreveu grande parte da sua obra épica. Estudou os costumes de cristãos e hindus, e a geografia e a história locais. Tomou parte em mais expedições militares. Em 1554, integrou a Armada de D. Fernando de Meneses, ao Golfo Pérsico. No regresso foi nomeado "provedor-mor dos defuntos das partes da China" pelo Governador Francisco Barreto, para quem escreveria o "Auto do Filodemo".
Em 1556 partiu para Macau, onde continuou os seus escritos. Viveu numa gruta, hoje com o seu nome, e aí terá escrito boa parte de Os Lusíadas. Naufragou na foz do rio Mekong, onde conservou de forma heróica o manuscrito da obra. No desastre teria morrido a sua companheira chinesa Dinamene, celebrada numa série de sonetos.
Regressou a Goa e pediu a protecção do Vice-rei D. Constantino de Bragança, num longo poema em oitavas. Aprisionado por dívidas, dirigiu súplicas em verso ao novo Vice-rei, D. Francisco Coutinho, para ser libertado.
De regresso ao reino, em 1568 fez escala na ilha de Moçambique, onde, passados dois anos, Diogo do Couto o encontrou, como relatou na sua obra, acrescentando que o poeta estava "tão pobre que vivia de amigos". Diogo do Couto pagou-lhe o resto da viagem até Lisboa, onde Camões aportou em 1570. Em 1580, assistiu à partida do exército português, para o norte de África.
Morreu numa casa em Santana, (Lisboa) sendo enterrado numa campa rasa numa das igrejas das proximidades. Actualmente,os seus restos encontram-se, no Mosteiro dos Jerónimos.
Além de «Os Lusíadas», escreveu uma série de poesia e também teatro.
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