«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CAMILO JOSÉ CELA (1916-2002)


Camilo José Cela Trulock - escritor espanhol e foi membro da Real Academia Espanhola, desde 1957 até a sua morte. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1989.
Começou o curso de Medicina e assistiu a algumas aulas de Filosofia e Letras na Universidade de Madrid. Poderá dizer-se que foi um homem das direitas «perigosas»: lutou na Guerra Civil, integrado no exército nacionalista de Franco, depois dedicou-se ao jornalismo e ocupou vários empregos de carácter essencialmente burocrático, entre os quais o de censor, o que uns anos depois foi motivo de grandes críticas. Em 1944 casou com Rosario Conde Picavea, com quem teve um filho. No meio de um panorama caracterizado pela abundância de romances pouco inovadores, em 1942 surgiu um livro diferente: A família de Pascual Duarte, uma dura história ambientada num pequeno povoado, que reflecte o mundo popular e campestre. Seres primitivos, de instintos primários e grandes paixões, onde se destaca o ódio e a violência. Escrita com uma prosa brutal e crua, foi um acontecimento e deu lugar mesmo a uma corrente, conhecida como «Tremendismo».
Este tipo de escrita continuou com: Pavilhão de Repouso, uma sucessão de monólogos de tuberculosos de um sanatório, onde aprofunda a linha existencialista, que se tinha se tinha manifestado no seu primeiro romance, revelando a existência como um absurdo; Viagem a Alcarria, descrição de um mundo rural atrasado e marginalizado; A Colmeia a obra mais importante de Cela, que inaugurou o realismo social dos anos cinquenta. Foi editada em Buenos Aires, já que a censura tinha proibido a sua publicação em Espanha, por causa das suas passagens eróticas.
Sempre inquieto e desejoso de procurar novos caminhos narrativos, o seu romance, Mrs. Caldwell Fala com seu Filho, afasta-se do realismo, para mergulhar na mente de uma louca, que dialoga com seu filho morto.
Depois de um longo interregno, publicou, São Camilo, romance experimental, que mediante um único monólogo interior, oferece uma descrição surrealista do primeiro dia da guerra civil num bordel de Madrid.
Entre suas últimas novelas destacam-se: Mazurca para Dois Mortos e Cristo contra Arizona, que continua a sua linha experimentalista. Sua última obra publicada foi, Madeira de Lei, e tem como argumento a vida dos pescadores da Costa da Morte.
Escreveu romance e poesia, uma vasta obra. Eu li: A Família de Pascual Duarte e a Cruz de Santo André, que ganhou o Prémio Planeta.

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